Fly Fishing na Patagônia Argentina | Pesca de Trutas nos Melhores Rios
- jrlazari
- 6 de mai.
- 5 min de leitura
Patagônia: uma viagem de pesca que marcou minha vida
Maio, 2025 - Por José Roberto de Lazari
Março de 2025. Era o fim do verão na Patagônia argentina quando embarquei para aquela que se tornaria uma das viagens mais inesquecíveis da minha vida. Não era apenas uma expedição de pesca. Era um encontro comigo mesmo, com os rios, com o vento, com a natureza bruta e generosa que só a Patagônia Argentina oferece aos amantes do fly fishing.
Fiquei hospedado no Entre Senderos Lodge, às margens do Rio Futaleufú, e também no Huacanche, próximo aos rios Chubut e Gualjaina. Cada uma dessas regiões me mostrou uma faceta diferente da Patagônia, e cada rio contou sua própria história. Foi uma oportunidade única de vivenciar o fly fishing na Patagônia Argentina, algo que eu sempre sonhei.
A região de Futaleufú: águas cristalinas entre montanhas
O Futaleufú corre entre montanhas imponentes, florestas verdes e vales que parecem intocados. É um rio de águas claras, rápidas e frias, com poços profundos e corredeiras fortes. Em março, o clima ainda carrega o calor do verão durante o dia, mas as manhãs e noites já são frias e com neblina leve. O vento é constante, soprando de forma imprevisível — um desafio e um aliado na pesca.
Pescar no Futaleufú exige atenção ao vento, leitura da correnteza e precisão no lançamento. Usei o estilo dropper, com uma mosca seca seguida de uma ninfa — uma combinação que se mostrou certeira. Entre as ninfas, as que mais funcionaram foram France Fly, Bicho Preto, Thread Pheasant e Pheasant Tail Nymph, nos tamanhos #14 a #18. Cada captura ali era uma vitória silenciosa, merecida, quase um presente do rio. A prática do fly fishing na Patagônia Argentina no Futaleufú me mostrou o quanto cada detalhe conta, desde o vento até a escolha da mosca.
A região de Chubut e Gualjaina: rios largos, paisagens abertas
Já a região dos rios Chubut e Gualjaina é bem diferente. As montanhas se afastam, dando lugar a uma paisagem mais árida, com campos abertos e colinas suaves. O vento aqui sopra mais seco, e o sol de março é forte, mas o ar continua fresco. O Chubut, naquele mês, estava bem baixo, permitindo que eu pescasse vadeando pelo leito e explorando as margens e dentro do rio. As trutas arco-íris eram abundantes, e peguei tanto com moscas secas quanto com ninfas. Nas águas mais rápidas, os streamers Autumn Splendor e Woolly Bugger Rubber Legs provocaram ataques explosivos.
O Gualjaina me presenteou com algo único: todas as capturas vieram na superfície. Usei X-Caddis, Dave’s Hopper e Madam-X, e cada ataque era um espetáculo. Ver a truta rompendo a superfície num salto voraz é uma cena que fica gravada na memória de qualquer pescador. É impossível viver o fly fishing na Patagônia Argentina e não se emocionar com momentos como esses.
Os equipamentos de Fly Fishing na Patagônia Argentina
Durante a expedição, optei por levar dois equipamentos principais, que atenderam bem às diferentes condições de pesca que encontrei nos rios Futaleufú, Chubut e Gualjaina.
O primeiro foi um equipamento mais leve, pensado para trabalhar moscas secas, ninfas e droppers com precisão e delicadeza. Usei uma vara #5 de 9 pés, montada com uma carretilha compatível e carregada com linha Rio Premier Gold #5. Para as moscas secas, escolhi leaders cônicos da Rio e da SA de 9 pés, 3X, garantindo boas apresentações na superfície. Já para a pesca no estilo dropper, preferi um leader mais curto, de 7,5 pés, com tippets 4X, 5X ou 6X, ajustando conforme as ninfas que utilizei (#14, #16, #18). Esse conjunto me deu versatilidade e controle, principalmente nas águas mais calmas ou quando as trutas estavam mais seletivas.
O segundo equipamento reservei para os momentos em que a pesca pedia mais potência, principalmente no Futaleufú, com seus poços mais profundos e correntezas fortes. Usei uma vara #6 de 9,6 pés, equipada com uma carretilha compatível e carregada com linha RIO Premier 24ft - #6 - Sinking. Combinei com leaders cônicos da RIO e da SA de 7,5 pés, 2X, em fluorcarbono. Esse setup funcionou muito bem para trabalhar os streamers, permitindo lançamentos mais longos e controle do afundamento, essencial para alcançar as trutas mais profundas.
Esses dois conjuntos cobriram todas as situações que encontrei na viagem, desde as trutas subindo nas secas no Gualjaina até os ataques vorazes nos streamers no Futaleufú. Levar o equipamento certo foi fundamental para aproveitar o fly fishing na Patagônia Argentina em todas as suas nuances.

A organização da expedição
A organização da minha expedição ficou por conta do Marcus Konze, da Flypesca Viagens (https://www.flypescaviagens.com.br/). Desde o primeiro contato, me senti muito seguro em fazer essa escolha. Recebi todas as informações necessárias, tudo foi explicado com clareza, e ao longo do processo percebi o quanto o Marcus cuida de cada detalhe.
Durante a viagem, ele se mostrou um profissional atento e comprometido. Se algo não estava no lugar, ele resolvia antes mesmo que a gente percebesse. Esse cuidado discreto fez toda diferença.
Os guias escolhidos eram experientes, licenciados para todas as modalidades de pesca que fizemos, seja embarcada ou de vadeio. Sempre atentos, ajudavam no que fosse preciso, mas sem tirar a liberdade de pescar do nosso jeito, no nosso ritmo. Além de tudo, eram eles os responsáveis por organizar os almoços à beira do rio — transformando a parada para comer em uma experiência à parte, com simplicidade e sabor.
Mais do que pescar: viver a Patagônia
A cada dia na Patagônia, eu percebia que a pesca era só uma parte da experiência. As paradas para almoço às margens do rio, as conversas descontraídas com os guias, o silêncio do fim da tarde olhando a correnteza… tudo isso compunha uma espécie de ritual, um jeito de estar presente sem pressa.
Nunca vou esquecer o almoço no Rivadavia. Uma mesa improvisada sob uma árvore, com queijos, salames, empanadas e um vinho local, o som da água correndo ao lado, e eu ali, com os pés ainda molhados do wader, olhando o horizonte e pensando: “é isso. O luxo da vida simples.” Momentos assim provam que o fly fishing na Patagônia Argentina vai muito além da pesca.
O que a Patagônia me ensinou
Voltei com mais do que boas capturas. Voltei mais atento, mais humilde, mais leve. Pescar trutas na Patagônia me ensinou que não controlamos nada, só participamos — da água, do vento, da sorte, do momento. Cada arremesso é um pedido. Cada peixe, uma resposta.
E se um dia você tiver a chance de pescar lá, vá. Vá aberto. Vá com tempo. Vá pronto para se perder um pouco e se encontrar muito. Porque a Patagônia entrega mais do que peixes: ela devolve um pedaço seu que talvez você nem soubesse estar faltando. E se for fly fishing na Patagônia Argentina, pode ter certeza: cada memória será única.
Vídeo completo da expedição
Quer ver de perto como foi essa expedição?
Onde fiquei hospedado
Para quem quiser conhecer os lugares onde fiquei:
Entre Senderos Lodge (Futaleufú): https://www.senderolodge.com/pt/index
Huacanche (Chubut e Gualjaina): http://miradorhuancache.com.ar/
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